Entre história das ciências e das religiões: o problema da temporalidade histórica em Lucien Febvre e Alexandre Koyré no entreguerras
DOI:
https://doi.org/10.15848/hh.v0i19.943Palavras-chave:
Historiografia francesa, Tempo histórico, RacionalidadeResumo
Os textos publicados por Lucien Febvre no entreguerras em defesa de uma história da ciência não mostram apenas o interesse dos Annales em prospectar e fundar novos campos de estudo, mas como, por meio desses textos, buscou-se estabelecer uma nova definição do que deveria ser a própria história. Paralelamente a esse esforço, Alexandre Koyré redigia seus primeiros estudos que seriam mais tarde considerados como marcos fundadores da moderna história do pensamento científico. Embora oriundos de fileiras intelectuais distintas, ambos formulavam o mesmo tipo de problema, voltavam-se contra os mesmos conceitos e opunham-se à mesma tradição historiográfica. No núcleo dessa problematização encontrava-se uma crítica ao modo como a temporalidade dessa história havia sido definida e a constatação de que ela precisava ser reformada para que a história não fosse falsificada. Que Febvre e Koyré chegassem à história das ciências via história das religiões ou do misticismo nos mostra que era preciso articular de uma nova maneira a relação entre credulidade e racionalidade e definir o tipo de temporalidade histórica que poderia albergar esse novo modo de articulá-las.
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