Teoria da história e história da historiografia: aberturas para “histórias não-convencionais”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15848/hh.v12i29.1303

Palavras-chave:

Teoria e História da Historiografia, Histórias não-convencionais, História Pública

Resumo

Este artigo tem como objetivo discutir a relação entre o que chamaremos de “histórias não-convencionais”, a teoria da história e a história da historiografia. Discutiremos aberturas possíveis das disciplinas para esferas que tensionam com seus protocolos sedimentados e, também, a relação destas aberturas com a emergência de uma temporalidade que tem transformado as humanidades e suas prioridades epistemológicas. Argumentaremos que os passados práticos, a critical quantitative inquiry, o paradigma da presença, a história pública e as historiografias populares seriam alguns exemplos de aberturas para “histórias não-convencionais”, à medida que intervêm criticamente no que diz respeito aos discursos e paradigmas históricos e historiográficos academicamente instituídos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Thamara de Oliveira Rodrigues, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)

Doutoranda em História pela Universidade Federal de Ouro Preto e doutorado sanduíche pela Universidade de Stanford. 

Referências

ARAUJO, Valdei L. Historiografia, nação e os regimes de autonomia na vida letrada no Império do Brasil. Varia história, v. 31, n. 56, p. 365-400, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/0104-87752015000200004

ARAUJO, Valdei L. Observando a observação: sobre a descoberta do clima histórico e a emergência do cronótopo historicista, c.1820. In: CARVALHO, J.M.; CAMPOS, A.P. Perspectivas da Cidadania no Brasil Império. Civilização Brasileira: Rio de Janeiro, 2011, p. 281- 303.

ARAUJO, Valdei; PEREIRA, Mateus. Atualização (update) como conceito revelador da experiência da História na era digital: descrevendo o “atualismo”. SBTHH, 2018.

ARAUJO, V. L.; RANGEL, M. M. Apresentação – Teoria e história da historiografia: do giro linguístico ao giro ético-político. História da Historiografia, v. 8, n. 17, p. 318-332, abr. 2015. DOI: https://doi.org/10.15848/hh.v0i17.917

ABREU, M.; RANGEL, M. Memória, cultura histórica e ensino de história no mundo contemporâneo. História e Cultura, Franca, v. 4, n. 2, p. 7-24, set. 2015. DOI: https://doi.org/10.18223/hiscult.v4i2.1625

ALMEIDA, Juniele Rabelo; MAUAD, Ana; SANTHIAGO, Ricardo (orgs.). História Pública no Brasil: sentidos e itinerários. São Paulo: Letra e Voz, 2016.

ALMEIDA. Juniele Rabêlo; ROVAI, Marta Gouveia de Oliveira (orgs.). Introdução à História Pública. São Paulo: Letra e Voz, 2012.

BARBOSA, Alexandre Rodrigues de Frias. Eu me lembro dessa história porque eu estava lá: o ensino de História pela narração e poiesis. Revista Transversos, v. 7, n. 7, p. 71-99, 2016. DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2016.25604

BENTIVOGLIO, Julio. Precisamos falar sobre o currículo de História. Café História. Publicado em 15 de Maio de 2017. Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/curriculo-de-historia/. Acesso em: 18 abr. 2018.

BEVERNAGE, Berber. History, Memory, and State-Sponsored Violence: Time and Justice. New York: Routledge, 2012. DOI: https://doi.org/10.4324/9780203803561

CHAKRABARTY, Dipesh. Antropocene Time. History and Theory, n. 57, p. 5-32. 2018. DOI: https://doi.org/10.1111/hith.12044

DE GROOT, Jerome. Consuming history: historians and heritage in contemporary popular Culture. London: Routledge, 2009. DOI: https://doi.org/10.4324/9780203889008

DENZIN, Norman K. Critical Qualitative Inquiry. Qualitative Inquiry, v. 23, n. 1, p. 8–16, 2017. DOI: https://doi.org/10.1177/1077800416681864

DOMANSKA, Ewa. El ‘viaraje performativo’ en la humanistica atual. Criterios: Revista Internacional de Teoría de la literatura, las Artes y la Cultura, v. 37, p. 125-142, 2011.

DOMANSKA, Ewa. The Material Presence of the Past. History and Theory, v. 45, p. 337-348, 2006. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1468-2303.2006.00369.x

DOMANSKA, Ewa. Sincerity and the Discourse of the Past. Paper presented at the International Conference on the History and Theory of Historical Studies: Historical Studies: Disciplines and Discourses. CEU, Budapest, October 21-24, 2004.

FOUCAULT, Michel. As Palavras e as Coisas. Uma arqueologia das ciências humanas. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. Our broad presente: time and contemporary culture. Columbia University Press, 2014. DOI: https://doi.org/10.7312/gumb16360

GUMBRECHT, Hans Ulrich. Atmosfera, ambiência, “Stimmung”. Sobre um potencial oculto na literatura. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-RJ, 2014.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. Produção de Presença. O que o sentido não consegue transmitir. Rio de Janeiro: Contraponto/PUC-RJ, 2010.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. After learning from History. In: GUMBRECHT, Hans Ulrich. In 1926 – Living at the edge of time. Harvard University Press: 1997, p. 411-436.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. Modernização dos Sentidos. São Paulo: Editora 34, 1998.

HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.

HURLEY, Andrew. Chasing the Frontiers of Digital Technology - Public History Meets the Digital Divide.

The public historian, v. 38, n. 1, p. 69–88, 2016. DOI: https://doi.org/10.1525/tph.2016.38.1.69

KOSELLECK, Reinhart. O conceito de História. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro. Editora PUC Rio, 2006.

MALERBA, Jurandir. Acadêmicos na berlinda ou como cada um escreve a História?: uma reflexão sobre o embate entre historiadores acadêmicos e não acadêmicos no Brasil à luz dos debates sobre Public History. História da Historiografia, v. 7, n. 15, p. 27-50, 2014. DOI: https://doi.org/10.15848/hh.v0i15.692

MBEMBE, Achille. Crítica da Razão Negra. Lisboa: Antígona, 2014.

MERRITT, Keri L. Let the Historians Speak. The New York Times. July 14, 2017.

PALETSCHEK, Sylvia. (ed.) Popular Historiographies in the 19th and 20th centuries. Cultural Meanings, Social Practices. New York, Oxford: Berghahn Books, 2011.

PIHLAINEN, Kalle. On historical consciousness and

popular pasts. História da Historiografia, v. 7, n. 15,

p. 10-26, 2014.

RANGEL, Marcelo M. História e Stimmung a partir de Walter Benjamin: Sobre algumas possibilidades ético-políticas

da historiografia. Cadernos Walter Benjamin. v. 17,

p. 1-12, 2016. DOI: https://doi.org/10.1002/nba.30205

RANGEL, Marcelo M.; SANTOS, F. M. História intelectual, ética e política. Revista Ágora, n. 21, p.7-14, 2015.

SANTHIAGO, Ricardo. “A História Pública é a institucionalização de um espírito que muitos historiadores têm tido, por milhares de anos”: Uma entrevista com David King Dunaway sobre História Oral, História Pública e o passado nas mídias. Revista Transversos, v. 7, n. 7, p. 203-222, 2016. DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2016.25607

SANTHIAGO, Ricardo. Duas palavras, muitos significados - Alguns comentários sobre a História Pública no Brasil. In: MAUAD, Ana Maria; ALMEIDA, Juniele Rabêlo de; SANTHIAGO, Ricardo. História Pública no Brasil - Sentidos e itinerários. São Paulo: Letra e Voz, 2016, p. 23-36.

SILVA, Daniel Pinha. Ampliação e veto ao debate público na escola: História Pública, ensino de História e o projeto “Escola sem partido”. Revista Transversos, v. 7, n. 7, p. 11-34, 2016. DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2016.24943

TEMKIN. Moshik. Historians Shouldn’t Be Pundits. The New York Times. June 26, 2017.

WHITE, H. El pasado práctico. In: TOZZI, V.; LAVAGNINO, N. (orgs.). Hayden White, la escritura del passado y el futuro de la historiografia. SáenzPeña: Universidad Nacional de Tres de Febrero, 2012.

WHITE, H. The past is a place of fantasy. In: DOMANSKA, E. Philosophy of History after Postmodernism. The University Press of Virginia, 1998, p. 13-38.

Publicado

2019-04-28

Como Citar

RODRIGUES, T. de O. Teoria da história e história da historiografia: aberturas para “histórias não-convencionais”. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, Ouro Preto, v. 12, n. 29, 2019. DOI: 10.15848/hh.v12i29.1303. Disponível em: https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/1303. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigo