Aristóteles e a História dos animais

a questão do antropocentrismo entre zoologia e ética

Autores

  • Thiago do Amaral Biazotto Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.15848/hh.v15i40.1940

Palavras-chave:

Aristóteles, História dos Animais, Antropocentrismo

Resumo

Este artigo investiga a relação entre animais humanos e não-humanos no pensamento de Aristóteles, tomando como fonte principal seus tratados de zoologia e, dentre eles, a História dos animais. O objetivo central é discutir em que medida é possível identificar traços incontornáveis de antropocentrismo em Aristóteles, e, em caso positivo, em quais termos esse antropocentrismo é expresso. A partir da leitura de passagens diversas, e da análise filológica de determinados verbos empregados pelo filósofo, argumento que o dado antropocêntrico dos escritos de Aristóteles, embora presente, pode ser nuançado, em especial quando algumas espécies – como a esponja do mar – são abordadas pelo estagirita. Assim, concluo que a retórica antropocêntrica de Aristóteles aparece com mais frequência quando os animais são abordados em conjunto do que como espécies isoladas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANAGNOSTOPOULOS, Georgios. Aristotle’s Works and the Development of His Thought. In: ANAGNOSTOPOULOS, Georgios (ed.). A Companion to Aristotle. Hoboken: Blackwell, 2009a. p. 14-27.

ANAGNOSTOPOULOS, Georgios. Aristotle’s Methods. In: ANAGNOSTOPOULOS, Georgios (ed.). A Companion to Aristotle. Hoboken: Blackwell, 2009c. p. 101-122.

ANNAS, Julia. Classical Greek Philosophy. In: BOARDMAN, John; GRIFFIN, Jasper; MURRAY, Oswyn (ed.). The Oxford History of Greece and the Hellenistic World. Oxford: Oxford University Press, 1986. p. 277-305.

ARISTÓTELES. De anima. Tradução de Maria Cecília Gomes dos Reis. São Paulo: Editora 34, 2006.

ARISTÓTELES. História dos Animais. Tomo 1. Tradução de Maria de Fátima Sousa e Silva. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014.

ARISTÓTELES. História dos Animais. Tomo 2. Tradução de Maria de Fátima Sousa e Silva. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2018.

ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Paulo Pinheiro. São Paulo: Editora 34, 2006.

BALME, David. Introduction. In: ARISTÓTELES. Historia Animalium. Tradução de David Balme. Cambridge: Cambridge University Press, 2002. p. 1-48.

BALME, David. The Place of Biology in Aristotle’s Philosophy. In: GOTTHELF, Allan; LENNOX, James (ed.). Philosophical Issues in Aristotle’s Biology. Cambridge: Cambridge University Press, 1987. p. 9-20.

BARNES, Jonathan. Life and Work. In: BARNES, Jonathan (ed.). The Cambridge Companion to Aristotle. Cambridge: Cambridge University Press, 1995. p. 1-26.

BIGWOOD, Joan M. Aristotle and the Elephant Again. The American Journal of Philology, Baltimore, v. 114, n. 4, p. 537-555, 1993. Disponível em: https://bit.ly/3ABy7a3. Acesso em: 04 fev. 2022.

DENIS, Leon. O homem como animal na Historia Animalium de Aristóteles. São Paulo: FiloCzar, 2019.

DIÓGENES LAÉRCIO. Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres. Tradução de Mário da Gama Kury. Brasília: Editora da UnB, 1988.

DURING, Ingemar. Aristóteles: exposición e interpretación de su pensamiento. Tradução de Bernabé Navarro. México: Universidad Nacional Autónoma de México, 1990 [1966].

ELIANO. Histórias diversas de Eliano. Tradução de Regina Schöpke e Mauro Baladi. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

FERNÁNDEZ-ARMESTO, Felipe. Então você pensa que é humano? Uma Breve História da Humanidade. Tradução de Rosaura Eichemberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

FONTENAY, Elisabeth de. Le silence des bêtes: la philosophie à l’épreuve de l’animalité. Paris: Fayard, 1998.

FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. Tradução de Salma Tannus Muchail. São Paulo: Martins Fontes, 1981 [1966].

GILHUS, Ingvild. Animals, Gods and Humans: changing attitudes to animals in Greek, Roman and Early Christian Ideas. London, New York: Routledge, 2006.

HADOT, Pierre. O que é a filosofia antiga? Tradução de Dion Davi Macedo. São Paulo: Loyola, 2017 [1995].

HENRY, Devin M. Generation of Animals. In: ANAGNOSTOPOULOS, Georgios (ed.). A Companion to Aristotle. Hoboken: Blackwell, 2009. p. 368-383.

JAEGER, Werner. Aristotle: Fundamentals of the History of His Development. Tradução de Richard Robinson. Oxford: Clarendon Press, 1934.

KULLMANN, Wolfgang. Aristotle as a natural scientist. Acta Classica, Cidade do Cabo, v. 34, p. 137-150, 1991. Disponível em: https://bit.ly/3R0zWTe. Acesso em: 04 fev. 2022.

LEE, Henry Desmond Pritchard. Place-Names and the Date of Aristotle’s Biological Works. The Classical Quarterly, Cambrigde, v. 42, p. 64-67, 1948. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/636566. Acesso em: 04 fev. 2022.

LEFEBVRE, René. Aristote: zoologie et éthique. Archai, Brasília, n.11, p. 101-110, 2013. Disponível em: https://bit.ly/3pwz2lM. Acesso em: 04 fev. 2022.

LENNOX, James G. Form, Essence, and Explanation in Aristotle’s Biology. In: ANAGNOSTOPOULOS, Georgios (ed.). A Companion to Aristotle. Hoboken: Blackwell, 2009. p. 348-367.

LENNOX, James G. Aristotle’s Biology and Aristotle’s Philosophy. In: GILL, Mary Louise; PELLEGRIN, Pierre (ed.). A Companion to Ancient Philosophy. Hoboken: Blackwell, 2006. p. 292-315.

LI CAUSI, Pietro. Corpi, spazi, luoghi, animali. La zoologia dei grecidall’animale come spazio visivo localizzato alle funzioni dell’anima. Athenaeum: Studi di Letteratura e Storia dell’Antichità, Londres, v. 46, n. 1, p. 5-75, 2008.

LIDDELL, Henry; SCOTT, Robert. A Greek-English lexicon. Oxford: Oxford University Press, 1996.

LOUIS, Pierre. Les animaux fabuleux chez Aristote. Revue des Études Grecques, Paris, v. 80, n. 379-383, p. 242-246, 1967. Disponível em: https://bit.ly/3PJqnHb. Acesso em: 04 fev. 2022.

LOVEJOY, Arthur. A grande cadeia do ser. Tradução de Aldo Fernando Barbieri. São Paulo: Palíndromo, 2015 [1936].

MANSION, Auguste. La genèse de l’oeuvre d’Aristote d’après les travaux récents. Revue Philosophique de Louvain, Louvain-laNeuve, v. 15, p. 307-341, 1927. Disponível em: https://bit.ly/3wg3h43. Acesso em: 04 fev. 2022.

MARQUES, Luiz. Capitalismo e colapso ambiental. 3. edição revista e ampliada. Campinas: Editora da Unicamp, 2018.

MESQUITA, António Pedro. O Lugar da História dos animais na Obra de Aristóteles - A propósito da primeira

tradução portuguesa do tratado de Maria de Fátima Sousa e Silva, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 2006. Philosophica, Lisboa, n. 28, p. 285-295, 2006.

MOSS, Jessica. Aristotle on the Apparent Good: perception, phantasia, thought, and desire. Oxford: Oxford University Press, 2012.

NEWMYER, Stephen. Being the One and Becoming the Other: Animals in Ancient Philosophical Schools. In:

CAMPBELL, Gordon Linsay (ed.). The Oxford Handbook of Animals in Classical Thought and Life. Oxford: Oxford University Press, 2014. p. 450-472.

NEWMYER, Stephen. Animals in Greek and Roman Thought: a sourcebook. London, New York: Routledge, 2011.

NUYENS, François. L’évolution de la psychologie d’Aristote. Louvain: Éditions de l’Institut supérieur de Philosophie,

PELLEGRIN, Pierre. Aristotle’s Classification of Animals: biology and the Conceptual Unity of the Aristotelian Corpus. Tradução de Anthony Preus. Berkley: University of California Press, 1986.

PIAZZESI, Benedetta. Aristotele e gli animali. Biologia tra techne e aletheia. Liberazioni: Rivista di critica antispecista, Vicenza, n. 28, p. 7-22, 2017. Disponível em: https://bit.ly/3dLrdpA. Acesso em: 04 fev. 2022.

PLUTARCO. Moralia, Volume IV: Roman Questions. Greek Questions. Greek and Roman Parallel Stories. On the Fortune of the Romans. On the Fortune or the Virtue of Alexander. Were the Athenians More Famous in War or in Wisdom? Tradução de Frank Cole Babbitt. Cambridge: Harvard University Press, 1936.

PREUS, Anthony. Science and Philosophy in Aristotle’s Biological Works. Hildesheim: Olms, 1975.

ROMM, James. Aristotle’s Elephant and the Myth of Alexander’s Scientific Patronage. The American Journal of

Philology, Baltimore, v. 110, n. 4, p. 566-575, 1989. Disponível em: https://bit.ly/3K9WnmQ. Acesso em: 04 fev. 2022.

SASSI, Maria Michela. The Science of Man in Ancient Greece. Chicago: University of Chicago Press, 2001.

SMITH, Robin. Aristotle’s Theory of Demonstration. In: ANAGNOSTOPOULOS, Georgios (ed.). A Companion to Aristotle. Hoboken: Blackwell, 2009. p. 51-65.

SORABJI, Richard. Animal Minds and Human Morals. The Origins of the Western Debate. Ithaca: Cornell University Press, 1993.

SOUSA E SILVA, Maria de Fátima. Introdução. In: ARISTÓTELES. História dos Animais. Tomo 1. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014. p. ix-xxxvi.

SOUSA E SILVA, Maria de Fátima. Introdução. In: ARISTÓTELES. História dos Animais. Tomo 2. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2018. p. ix-liv.

THOMAS, Keith. O homem e o mundo natural: mudanças de atitude em relação às plantas e aos animais (1500-1800). Tradução de João Roberto Martins Filho. São Paulo: Companhia das Letras, 2010 [1983].

THOMPSON, D’Arcy. Prefatory Note. In: ARISTÓTELES. Historia Animalium. Tradução e notas de D’Arcy Thompson. Oxford: Clarendon Press, 1948. p. 1-3.

TRICOT, Jules. Introduction. In: ARISTÓTELES. Histoire des Animaux. Tradução e notas de Jules Tricot. Paris: Librairie

Philosophique J. Vrin, 1987. p.7-45.

VEGETTI, Mario. Figure dell’ Animale in Aristotele. In: CASTIGNONE, Silvana; LANATA, Guiliana (org.). Filosofi e Animali nel Mondo Antico. Pisa: Edizioni ETS, 1994. p. 123-137.

Downloads

Publicado

2022-12-31

Como Citar

BIAZOTTO, T. do A. Aristóteles e a História dos animais: a questão do antropocentrismo entre zoologia e ética. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, Ouro Preto, v. 15, n. 40, p. 116–143, 2022. DOI: 10.15848/hh.v15i40.1940. Disponível em: https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/1940. Acesso em: 18 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigo original